sexta-feira, 15 de maio de 2009

Aos verdadeiros culpados

Os olhos se fecham
Diariamente pessoas se perdem num mundo feito de medidas
Medidas que regem da matemática as nossas vidas
Não há mais geometria naquilo que se mede
A beleza das formas agora já não mais importa
E a pobreza de pensar salta aos nossos olhos
Mede-se o avanço continuo e esmagador da ciência
Matamos ou morremos usando armas de ultima geração
Há quem mate buscando redenção
E há aqueles que a destruição em massa parece mais atraente
Já mediu a sua consciência?
Pare pra pensar no porque de tanta calamidade
Medidas drásticas seguem o nosso dia a dia
Mas nós somos humanos
Por isso procuramos formas de justificar os nossos erros
Nossas decisões e indecisões
E é daí que se mede...

Mede-se a capacidade que temos de progredir. Mas...
Até onde você é capaz de ir?

Mede-se um Eu que jaz na sua essência
Nossas certezas são mera inocência
Pois somos todos frutos de um cotidiano

Mede-se a fé que temos na grande mentira,
Criada pra nos proteger.

Mede-se o quanto nos importamos.
Da culpa que nós carregamos
Boa parte falta assumir.

Mede-se o quanto a justiça tarda
Todos os dias...

Mas não se mede a influência da indecência
Por não medir a consequência
Que ela trará as crianças que estão por vir

Mede-se, porém, as consequências já aparentes
Do nosso descaso
Mas a mãe natureza já chora nossa percepção tardia

Mede-se o buraco na camada de ozônio
O derretimento das calotas polares
Medem-se as baixas provocadas pela guerra
Eu sei que é difícil de ver
Mas nós somos os inimigos da terra

Há quem meça se nós somos culpados
Quem crê que tudo isso faz parte de um ciclo natural
Mas nós somos!
Não invente desculpas pra se sentir melhor!

Mede-se com orgulho, a nossa capacidade destrutiva
E gostamos de desculpas pra espalhar o caos
Mas nossos pecados capitais e capitalistas serão
Os nossos próprios inimigos

Estamos todos doentes, somos todos drogados
Nós somos drogas
Somos a escória
Estamos todos bêbados
Esperando só a hora
Somos a ruína e a guerra
Consumindo o restinho de tudo
Enquanto podemos e quanto pudermos

Nós somos a escória
Estamos todos bêbados
Esperando só a hora
E nisso não há nenhuma glória
E agora do que a vaidade te serve?!
Dançamos em chuva acida
Corroendo tudo
Você já imaginou uma morte como essa?!
Estamos todos drogados
Somos todos drogas
Você gosta de drogas?!


Nós não queremos acreditar
Mas a terra sobreviverá a nós
O mundo continuara girando
E sol continuara brilhando

Eu sei que é difícil de ver
Mas somos os inimigos da terra.

____________________________________

(Ver entre-poema)


11 comentários:

Camilla Ribeiro. disse...

Muito bom! Tem muita vida e muita verdade em tudo que você escreveu. E um ar de revolta e até de vontade...Achei muito interessante duas frases "Nossas certezas são mera inocência." É ousada! "E gostamos de desculpas pra espalhar o caos." Essa também é bem forte. Essa coisa de sentir as palavras é legal. Mas, lendo o que você escreveu e o que você talvez tenha querido dizer, vale também entender... Enteder é bom, apesar de..., como você disse: nossas certezas são mera inocência. Gostei muito mesmo desta frase! Sua poesia está cheia de vida e imagens. Parabéns! Tem uns errinhos gramaticais, mas isso você conserta com o tempo. O que importa agora é aguçar a criatividade. Ah! O que eu notei aqui é que lendo as frases que estão em tons diferenciados, dá pra formar até outra poesia. E por que não uma outra mensagem? Ligada ao que quis dizer, claro. Bjs. Parabéns mais uma vez.

David R. Freire disse...

Obrigado! Depois faço um post explicando o que algumas coisas realmente querem dizer... Mas ainda estou pensando sobre isso, porque eu acho que isso acaba por revelar demais o texto... o que talvez tire a magia dele... + sobre os erros... valeu a dica, porém alguns como "as consequência" rapaz... Errinho de edição... passou despercebido -rs
Só coloquei algumas pontuações pra dar direção a algumas frazes. bjão

Thiago Falout disse...

Muito bom seu blog cara!
Gostei de conhecer seus trabalhos!
Ta de parabéns!!

Hellen disse...

Ah, incrível, o post da Camila foi muito bom e resumiu muitos dos itens que abordaria em meu comentário. Algumas palavras escolhidas têm uma sonoridade ótima e chamam a atenção do leitor para uma reflexão sobre o que está acontecendo no cotidiano extremamente miserável da população... É muito raro alguém que observa o mundo, com bons olhos - nao perfeccionistas mas que sabem capturar os importantes detalhes- , sua percepção sobre a questão que hoje alguns medem e contam algo impossível de se fazer -como a felicidade,a vida se alguém e a tristeza que a destruição causa a todos nós- foi magnífica. Ficou ótimo, a poesia, o blog, tudo! Minhas sinceras parabenizações.

auberish disse...

adoooorei! so podia ser do meu irmão.. não esperava menos!

vc e super superrr!

se cuida e juizooo heim!

Mente Ativa disse...

hiuahaiu xD
que Lindo amigo =)
achei 'mto fofo' seu blog =)
Sempre disse q vc é ESPECIAL
em diversos sentidos =)
e apenas me surpreende a cada dia q se passa. To c/ saudades
bjos

MihH

devaneiosdumpoeta disse...

Fala David
Tudo bem?

Muito bom seu poema. Acho que descobrir aquilo que vc disse sim. As frases mais escuras formam um poema menor dentro do poema maior, é isso?! Parabéns pela criatidade, abraço!

Juarez Garritano disse...

Ae mlk, ficou manero esse tb.
Tá levando jeito pra isso hein!
Daqui a pouco tá pop.

Abraço!

Donald disse...

3 letras. UAU !

isso foi magnifico caraca,foda demais,fiquei ate sem palavras para descrever,eu jamais esperaria que voce escreve-se coisas assim,um poema agrevisso mais ou mesmo tempo serena...

fico show ! parabens

Unknown disse...

Magnífico

Mais tbm Vc esta sempre a nos surpreender!!! U m poema em que retrata a verdadeira realidade das pessoas, a hipocrisia e q consegue nos fazer refletir.

Cida Lourenço disse...

Que bacana, gostei, vc tem talento David, continue escrevendo, parabéns, um abraço!